Quando se trata de
vencer no país das startups, a estratégia decisiva é abrir o
capital na NASDAQ, a bolsa de
valores que atualmente lista 90 empresas israelenses avaliadas em US$ 40
bilhões. E este ano, mais especificamente esta semana, promete ser um recorde
para a tecnologia israelense, com seis empresas realizando ofertas públicas
iniciais (IPOs) de ações destinadas a levantar um total de US$ 883 milhões.
Para se ter uma ideia, apenas nove empresas fizeram ofertas públicas entre 2012
e 2013, arrecadando um total de US$ 400 milhões em dois anos, um sinal de que
as empresas israelenses estão ganhando impulso além das fronteiras.
Aqui está um
panorama das seis IPOs israelenses a serem observadas
até o final de 2014. Todas essas empresas já encaminharam documentação à
Securities and Exchange Commission (a comissão de valores mobiliários dos
Estados Unidos) e planejam fazer ofertas públicas na NYSE ou na NASDAQ até o
fim do ano.
Mobileye
MBLY- Com valor de mercado de US$ 5,2
bilhões (de acordo com estimativas), a empresa de tecnologia para
automóveis Mobileye planeja realizar a maior IPO da história de Israel.
Diferentemente de outras empresas listadas, a Mobileye será listada na Bolsa de
Valores de Nova York (NYSE), entrando em um seleto grupo que atualmente inclui
21 empresas israelenses. A Mobileye desenvolve tecnologia para carros usados em
prevenção de acidentes e, no futuro, em direção autônoma. Após quase 15 anos de
pesquisa e desenvolvimento, a tecnologia da Mobileye está agora disponível em
160 modelos de carros de 18 fabricantes, como BMW, GM, Volvo e Chrysler. Em sua
IPO histórica, que deverá ocorrer nesta semana, a Mobileye está oferecendo ao
público 27,8 milhões de ações, avaliadas em cerca de US$ 600 milhões e
subscritas por nove bancos de investimento, entre eles Goldman Sachs, Morgan
Stanley e Citi.
ReWalk Robotics
RWLK- Com a missão de mudar a vida e a saúde dos indivíduos com
lesões na medula espinhal, a ReWalk Robotics desenvolveu um revolucionário exoesqueleto que permite a
pacientes usuários de cadeiras de rodas redescobrir o que é caminhar. Após
obter aprovação da Food and Drug Administration em junho, a empresa recebeu uma
grande atenção da mídia e de investidores, o que resultou no processo de IPO
junto à SEC no início desta semana. Com valor de mercado de US$ 250-300
milhões, a ReWalk busca levantar US$ 58 milhões em sua oferta pública na
NASDAQ.
VBL Therapeutics
VBLX- Fundada em 2000, a VBL Therapeutics está
comprometida com o desenvolvimento e a comercialização de tratamentos para
câncer cerebral e doenças inflamatórias. Sua principal droga, conhecida como
VB-111, trata uma forma agressiva de câncer cerebral e obteve a designação de
“fast track” (via rápida) da Food and Drug Administration nos Estados Unidos.
Além disso, a empresa tem mais de 120 patentes e mais de 150 aplicações pendentes,
de acordo com seu site. Desde 2000, vários investidores, como a israelense Teva
Pharmaceutical Industries, investiram um total de US$ 100 milhões na empresa. A
VBL Therapeutics planeja levantar US$ 75 milhões com sua IPO, que foi
encaminhada à Securities and Exchange Commission em junho.
Silenseed
RNAI- Baseada no Centro Médico
Hadassah da Universidade Hebraica em Jerusalém, a Silenseed é uma empresa biofarmacêutica
que desenvolve drogas à base de interferência de RNA destinadas ao tratamento
de tumores sólidos malignos, característicos de casos de câncer humano. As
doenças que a Silenseed espera tratar são o câncer pancreático, o câncer de
próstata e vários tipos de câncer cerebral. Segundo a empresa, suas drogas e
sistemas de entrega têm potencial para se tornar um dos tratamentos mais
eficazes para câncer de tumor sólido, o que pode ser a razão pela qual a
empresa garantiu o que é considerado no mundo da biotecnologia uma IPO de alto valor.
Com oferta pública inicial na NASDAQ, a Silenseed planeja levantar cerca de US$
35 milhões, liderada pela Aegis Capital.
MacroCure
MCUR- A lista crescente de empresas
de biotecnologia israelenses bem-sucedidas inclui a MacroCure, empresa de estágio clínico
que está desenvolvendo abordagens inovadoras para tratar lesões complexas como
úlceras de pressão e feridas pós-operatórias. Com a meta de levantar US$ 75
milhões em sua IPO, a MacroCure espera usar esses recursos para concluir o
desenvolvimento de seu principal produto, o CureXcell, que usa terapia à base
de células para restaurar o processo curativo natural de lesões graves. O
produto foi aprovado como instrumento médico e foi usado com sucesso em mais de
5.000 pacientes. No próximo ano, a empresa planeja concluir um teste de estágio
avançado nos Estados Unidos, preparando o caminho para a aprovação de mercado
nos Estados Unidos e na Europa.
Bioblast Pharma
ORPN- Completando nossa lista das
seis IPOs israelenses a serem observadas, está a Bioblast Pharma, startup fundada
em 2012 que agora busca levantar US$ 40 milhões na bolsa. A partir dos fundadores da Alcobra Pharmaceuticals Ltd.(Nasdaq: ADHD),
baseada em Israel, a Bioblast Pharma está desenvolvendo um grupo de tratamentos
para doenças genéticas raras e ultrarraras como a distrofia muscular
oculofaríngea (OPMD) a doença de Machado Joseph e a doença de Kennedy.
De acordo com o
prospecto da empresa para a IPO, os mecanismos biológicos de várias doenças
raras são conhecidos, mas existem pouquíssimos tratamentos satisfatórios.
Atualmente, a Bioblast Pharma tem tratamentos potenciais para doenças raras e
planeja usar boa parte dos lucros da IPO para financiar a conclusão de
programas clínicos para elas.
Ao que parece, 2014
levará mais empresas israelenses aos mercados de capitais do que nos últimos
dois anos, com seis delas já preparando o processo. Se essa tendência se
manterá no futuro, ainda não se sabe, mas, se essas empresas forem
bem-sucedidas em suas IPOs e se tornarem multinacionais lucrativas, isso
poderia estimular mais empreendedores israelenses a trilhar esse caminho e
focar perspectivas mais ousadas do que a popular estratégia de saída.